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Alexandre Ferreira

DEU NO CORREIO: a primeira promotora quilombola é do Maranhão

Karoline Bezerra Maia, maranhense, torna-se a primeira promotora quilombola do Brasil, superando desafios e desigualdades.

O jornal Correio Braziliense relatou que Karoline Bezerra Maia, maranhense, superou várias dificuldades para alcançar o cargo no Ministério Público, destacando-se como a primeira promotora de Justiça quilombola do Brasil. Essas dificuldades foram particularmente notáveis devido às desigualdades sociais no país e ao fato de ela ter crescido em uma família de origem humilde, com pais analfabetos de uma comunidade quilombola.


Karoline foi impulsionada principalmente por sua própria determinação e pelo apoio de seu pai, Erozino Boaventura Maia, que, apesar de ter começado a trabalhar aos sete anos e de ter sofrido muito, sempre fez o possível para que ela pudesse estudar. Este mês, Karoline assumiu o cargo de promotora de Justiça no Ministério Público do Pará.


Ela ainda se mostra tímida ao ser chamada de Dra. Karoline e está se preparando para assumir plenamente seu posto em Senador José Porfírio, uma localidade com desafios significativos, incluindo problemas de criminalidade e degradação ambiental.


Durante sua infância, seus pais deixaram a comunidade quilombola de Jutaí para que Karoline tivesse melhores oportunidades de estudo em São Luís. Ela se destacou na escola e conseguiu bolsas de estudo, mas enfrentou desafios financeiros significativos durante o ensino médio, período em que seu pai teve que fazer empréstimos para pagar suas mensalidades escolares. Além disso, ela teve que trabalhar dando aulas e ajudando sua mãe a vender doces.


A maranhense foi a primeira de sua família a concluir o ensino superior e se dedicou intensamente à preparação para concursos públicos. Ela descobriu um curso pelo Instagram em 2014, o Projeto Identidade da ANPR, que foi crucial para sua aprovação em diversos concursos, embora inicialmente não tenha conseguido uma vaga imediata. Eventualmente, foi aprovada para o Ministério Público do Pará.


A ANPR, através da Comissão ANPR Raça, manifestou orgulho pela conquista de Karoline, destacando o impacto positivo de seus esforços para a inclusão e o empoderamento de indivíduos de comunidades sub-representadas.



Na cerimônia de posse, a família de Karoline expressou grande orgulho e emoção por sua realização, evidenciando a importância de seu sucesso não apenas para ela, mas como fonte de inspiração para outros membros de comunidades quilombolas e afrodescendentes. Karoline aspira a ser um modelo para outras pessoas, principalmente mulheres pretas e quilombolas, incentivando-as a buscar seus objetivos e a fazer a diferença na sociedade.

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